quarta-feira, março 21

E se falasses magia, sonho e fantasia
E se falasses encanto, quebranto e condão
Feitiço, transe, viagem, alucinação

segunda-feira, março 19

Era uma vez uma fada.....


Era uma vez uma fada.
A fada vivia numa floresta de fadas, como todas as outras.
Já há poucas fadas, vêem-se pouco.
Esta fada vivia fascinada pela noite, pela lua, pelas estrelas pelo céu azul-escuro e estrelado.
Todas as noites se perguntava: o que existiria para além do céu escuro, e as estrelas estariam assim tão longe, e de que seriam feitas?
Uma noite, a fada decidiu ir ver até onde ia o céu. Subiu, subiu e nunca mais chegava ao fim.
Já cansada e cada vez com mais curiosidade sobre até onde chegaria e o que descobriria, sentou-se na lua e olhou para baixo.

E viu, lá de cima que havia outro mundo que não conhecia ainda, o mundo dos normais.

Curioso, pensou, tanto olho para cima para o infinito, que me esqueço de perceber o que está mais perto e não conheço.
Passou então, a sentar-se na lua e observar o mundo dos normais:
Tão triste, achou ela, não teem asas! Não voam! Parecem tristes. Teem rituais estranhos e parecem prisioneiros de um ser superior.
Todas as noites sentada na lua, observava, aprendia sobre os costumes dos normais.
A curiosidade dela aumentou e decidiu descer, num dia de sol, pois passaria despercebida, (as asas das fadas recolhem durante o dia).

Encontrou um normal, parecia amigável, perguntou-lhe: Sabes que sou uma fada?
Ele respondeu: Sei, costumo ver-te todas as noites sentada na lua.
A fada ficou surpreendida:
- Tu vês-me?
– Vejo, respondeu o normal. Vejo-te há muito tempo sempre sentada na lua. E desde que te vejo que te desejo, sempre quis ter uma fada!
- Não sabia que os normais sabiam da existência das fadas.
- Alguns sabem, poucos, é difícil reconhecer uma, mas eu percebi logo que eras uma fada. E desde aí que te desejo, que desejo que desças e venhas até mim.
A fada ficou surpreendida, afinal os normais não eram assim tão tristes. Até conseguiam ver as fadas! Porque levariam então aquela vida de normal? Sem sonho, sem amor, sem magia, sem um final feliz?
A fada, quis perceber e conhecer melhor o normal, porque não voava? Porque queria ter uma fada?
Percebeu logo que ele não sabia muito sobre fadas: As fadas não crescem, não pertencem, não são de ninguém, teem todos os dias e é sempre o primeiro, brincam felizes, e voam muito alto, não teem limites, e podem tudo o que querem, são muito felizes para sempre, são donas do sonho, e não servem para se ter em casa.
Todas as noites a fada passou a encontrar-se com normal, a tentar saber mais sobre como viviam, o eu comiam, porque não voavam.
Conversavam sobre tudo, sobre todos os seus mundos, sobre os seu sonhos, sobre as suas asas.
Afinal não havia assim tanta diferença entre um normal e uma fada.
Todas as noites a Fada saí da lua e ia encontrar-se com o normal para conversar.
O normal, era tão parecido com ela, afinal.
Continua…….

quinta-feira, março 15

Sózinha....

É assim que eu agora me vejo.
Com uma mochila ás costas enorme e pesada ás costas
Cheia de vontade, e de amor.
Onde hei-de acampar? Tem que ser em local seguro. Sitio calmo, e agradável onde seja Primavera.
..E tem que ter uma arvora para me abrigar.
Nem preciso das flores só da erva verde e as pedras, as rochas sólidas e indestrutíveis.
Acampar sozinha dá este azedo, esta incerteza em que caminho a seguir a dúvida de onde me entregar.
E que insegurança cria!
E se for ali mais á frente? Haverá um local melhor?
Será este o caminho? Onde deixar a mochila?

Gostava de ter qualquer certeza, qualquer esperança.
Mas vejo tudo tão negro, sem uma única luz mesmo muito distante.
Se eu a visse essa luz mais segura ia a caminhar.

Assim, todas as noites acendo uma fogueira e vou-me queimar.

Vejo uma luz, a luz da beata de um cigarro a apagar, e a desta fogueira onde insisto em me queimar!

O que tenho cá dentro?

O coração, pulmões, o estômago e o cérebro
Este corpo é meu
Nem para ele me sei cuidar
Ainda funciona, mas a continuar assim vai deixar de funcionar.

Outra história

Outra história começa, aqui, hoje. Penso eu
Tou sempre a pensar que neste dia vou começar e não começo.
Na realidade nem acabo
Isso é porque, já dizia o outro, nada acaba tudo se transforma? Ou porque as transformações, as mudanças radicais, enfim, revoluções! São demasiado dolorosas? Sangrentas, até?
Ontem tava a escrever tão bem, hoje não sai nada!
A tal promessa que fiz aos 15 anos , tá a cobrar mais do que esperava da minha vida!
Eu já tinha percebido que um espírito de 15 não cabe num corpo de 30, mas de 40 nem calculam!
É muita areia!
E eu sou só eu, e tenho 15 anos, não tenho maturidade e força suficiente para aguentar isto tudo.
Por isso busco sempre um ombro, um ombro macho que tá sempre mais disponível, diz o que queremos ouvir e é mais barato. Não diz verdades.
Mas os ombros machos são cada vez mais raros, principalmente os que dizem o que queremos ouvir e cedem a todos os nossos caprichos apenas com um olhar!
São os 15 que não cabem nos 40.
Sempre procurei o objectivo apenas pela aventura do caminho da conquista, nunca foi pelo prémio! Aliás nem nunca olhei muito para o prémio. Bastava haver um.
Por isso nunca fui feliz. Nunca encontrei o tal, porque o tal estava sempre demasiado disponível, para a minha conquista.
Desperdicei-os todos! Todos!
Agora tenho 40 e tou sozinha!
Bem feita!
Brinquei com as pessoas, agora acabo sozinha!
Alguém me disse que devia escrever. Que tinha capacidade para exorcizar todos os pensamentos, os que me elogiam, e os que me expõem os buracos feios.
È verdade, sempre vivi demasiado bem com a minha consciência, sempre tive aquela capacidade de dizer tudo, porque achava que era isso o normal, dizer tudo!
Que crueldade, ninguém quer ouvir tudo!
Destruí corações e destruí o meu, também. Que estúpida!

Um dia....

Um dia hei-de escrever versos de amor, versos de êxtase.
Versos de tanto amar
E vai ser tão bom, e vou escreve-los com muito prazer. Com o prazer poupado e que já ia rebentar.

Conversa que tive comigo

Ontem, quando sai da sardinhada, estava de rastos, ainda.
Resolvi vir para casa, dormir. Como sempre, fui para o quarto escondi as luzes e deitei-me.
De repente deu-me assim um flash, passaram as tais notas em rodapé: Estou enterrada viva. Morta. Num caixão que é este quarto, esta casa.
Não estou a viver. Fujo a esconder-me de tudo: da minha vida, das minhas filhas, do meu futuro. Cheia de medo e não faço nada.
Como quando o medo é tanto que nos paralisa, e nos impede de sair do esconderijo que julgamos seguro. Á espera que passe o perigo, a ameaça.
Á espera.
Nunca na minha vida esperei, sempre fui impaciente demais para esperar, fazia e depois logo se via.
Ia andando por onde houvesse um caminho, mas esperar nunca. Podia sempre voltar para trás ou virar noutra esquina qualquer.

Esta não sou eu.
Então onde estou eu?
:
Agora levantei-me e sacudi o pó, – mais uma vez – e olho para todos os lados, será seguro sair?
Agora é hoje.
Não posso deixar morrer mais tempo.
Vou responder a todos os que me apoiam. Os que me vêem buscar para tomar conta de mim. São os que me amam, que me escolheram.
Tenho tanta sorte de ter amigos. Não os posso desiludir, tenho que voltar, eles sofrem com a minha ausência.
Vou-lhes mostrar que ainda posso tar viva, e que ainda posso voltar a dar-lhes o mesmo que sempre recebi deles. E que posso voltar a ser aquela que ainda consegui ser quando estive na Ericeira. A fazer a festa sozinha, a ajudar toda a gente, a fazer mais amigos a cada centímetro de chão.
Mas assim que chego aqui, a esta casa e fecho a porta, dá-se uma transformação estranha. Como se a casa fosse eu esventrada, eu por dentro com as tripas todas mal cheirosas ao léu.
Odeio esta casa vazia.
Odeio este caixão.
Adoro quando está cá alguém comigo, mas nem sempre as pessoas podem passar noites em minha casa. A Margarida veio cá ficar, acabámos a dormir no sofá, a Cristina e o Eduardo vieram cá entre compromissos e horas apertadas.
Até o meu ex- e a sua nova aquisição vieram do Algarve directos a minha casa para me tirar daqui e levar a jantar fora.
Mereço assim tanto?
Como é possível?
Mereço os telefonemas e msn's constantes: tás bem? Precisas de alguma coisa? Vêem de toda a parte e ás vezes até me surpreendem.
Mereço se responder, se me ajudar, se me deixar ajudar.
:



E depois há tu. Que já nem sei se não és uma fantasia minha, ou se és real. Tiveste cá, ou sonhei? Existes em mim, ou só passas ás vezes? Vais ser no futuro? E qual é o futuro, é hoje, ou é uma utopia?
No futuro hoje, desejo um companheiro de caminho, não me atrevo a dar 2 passos sem sentir alguém a meu lado. E se eu no futuro não precisar de ti, sonho/desejo? No futuro amanhã, claro.

E depois, confesso, deixa-me triste que não estejas no grupo dos meus amigos. Quando reparo nisso, fico com um gosto amargo na boca….
E se fosse há 20 anos podia contar contigo. Ficávamos no carro em frente á praia de S. Pedro a falar. E eu até podia chorar.
Então mudou muita coisa, não é?
Não me fazes mal, na verdade, neste momento é o único bocadinho de sonho que me resta. Que do resto de tudo nem me atrevo a imaginar, ou pensar, acho que nem olho.
Então és o que me resta de sonho, e és imaginação minha? Ou não? E quando eu acordar? Quem vai estar ao meu lado?

Adaptação

Agora já é diferente outra vez. A Paisagem é outra.
Os personagens alteraram-se um pouco nos seus protagonismos e há mesmos elementos novos.
O dia a dia é diferente.
O desafio é outro, completamente diferente.
E é mesmo assim, o presente é isto.
Ontem era diferente, mesmo ontem!

Há novas conversas. Dizem-se sentimentos de novas experiências.
Outras palavras parecem longe.

Isso é o passado. Já aconteceu, já foi assim.
Era outro quarto, era outra cor, outra pessoa, outro telefonema.
Outro amigo

Coraçãozito partido e nem é por um gajo

Não se amam só pessoas.
Também se amam sítios, coisas, palavras, ideias, ideais, amigos, etc.
Ama-se a vida, principalmente.
Mas pode-se amar simplesmente, é um estado de espírito, não é?

Hoje sofri novamente um desgosto de amor. Maldita paixão!

Ela chegou devagarinho, sem eu dar por nada e instalou-se. Era agradável, a minha vida, tinha tudo o que sempre sonhei. Nem acreditava, que sorte a minha poder sentir-me assim.
Quando dei por mim já a respirava, já era só eu e a minha vida! Uma só!
Vivi a história de amor (a da minha vida) com toda a intensidade e felicidade, com todo o amor que existe, e vivemos e vivemos dia e noite á nossa maneira - sim, a vida é uma paixão - e nada existe para além disso, e que mais podia haver?
Do que ser feliz com a minha vida, amar até poder.
O sorriso de quem nem conhecemos, o obrigado de um estranho, o amigo que se fez em cada dia.
Os pequenos desalentos, as grandes batalhas, a entrega total, o desânimo numa noite e a seguir a vitória que nem esperava. Conseguir, realizar, construir, e pensar: sou eu! É a minha vida!
Sentia-me poderosa, segura, indestrutível, amava muito, e quando se ama muito, recebe-se muito amor.
A minha vida era tudo para mim,

Um dia levaram-me a a minha vida, :" já não é tua, não a tratas bem!"

Chorei, agarrei-me a ela, não a queria deixar partir, - não a levem, não a tirem de mim, é tudo o que eu tenho, - só a tinha a ela á minha vida, a minha paixão, e o resto? o que é que fica? Não há mais nada!!!
É minha! Arrastei-me, implorei, humilhei-me, ameacei, mas levaram-me a minha vida que era a minha grande paixão.
Não se faz, não se faz a ninguém, muito menos a quem é feliz.

e fiquei sem nada, foi o vazio, o escuro.
Depois veio o ciúme, a dor incontrolável de imaginar a minha vida sem mim, a ser vivida por alguém. Já não é a minha vida!
E o resto? Não ficou nada.
Tão vazia, tão cortada,
Tenho a certeza que foram os melhores anos da minha vida. E agora?
Quem é que eu sou?
Agora o que é que eu sou, sem a minha vida?

Ficou o desgosto, a dor, a vazio, tão grande.
Vieram os amigos, os médicos, tentar-me convencer que havia vida em mim.
Mas doeu e doeu e doeu, durante muito tempo, era uma ferida muito grande, era parte de mim..

Agora estava convencida, que podia encontrar outra vida, levar outro rumo, fiz planos, comecei a aprender a viver (outra vida)
Sempre pouco convencida, sempre certa de que nunca mais teria uma vida assim.
Sei que posso voltar a viver bem doutra forma, encontrar outro nicho,.
Só uma coisa ficou, afinal, : Já fui feliz!

Mas hoje, vi-a outra vez,
Doeu-me tanto, ver a minha vida arrastada por quem não lhe dá valor, o meu trabalho, a minha dedicação de anos e anos, ali, pra um canto como se não tivesse o meu sangue.
Voltei a vê-la e chorei de desgosto, e vi que ainda não a tinha esquecido! E que ainda era a minha vida que me tinham tirado. Quase que parecia que estava ali ainda há minha espera.
Vim para casa, dorida, de feridas abertas, a chorar a morte da minha vida. Aquela em que fui tão feliz.

quinta-feira, março 1

Prova

Il blog di Maria!!!!!